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Boca aberta

A comunicação entre paciente e dentista é vital para o sucesso do tratamento.

 

Muitas coisas contribuem para o sucesso de um tratamento odontológico, mas uma delas é fundamental: o bom entendimento entre o dentista e o paciente. A quantidade de informações que precisam ser trocadas é grande, e muitas vezes carregada de ansiedade e estresse de ambos os lados. Para isso, ambos devem se empenhar em manter comunicação clara em todos os detalhes, não omitindo informações valiosas e, se necessário, até por escrito.

Não é fácil sentar na cadeira do dentista, abrir a boca para um completo desconhecido e contar de seus problemas bucais, que muitas vezes estão associados a transtornos de saúde ou mesmo emocionais. Muitas doenças de ordem geral apresentam sinais na boca. Por essa razão, além de falar sobre os incômodos relacionados á boca, é importante apresentar problemas relacionados á saúde em geral, se toma algum medicamento ou se anda estressado.

O estresse é responsável por grande parte dos transtornos dentais, gengivais e articulações da boca. Já é de praxe para muitos dentistas iniciar a consulta fazendo um questionário de saúde geral e bucal antes de começar o tratamento propriamente dito. O paciente precisa responder ás perguntas sem medo e com sinceridade.

Ás vezes também não é fácil para o dentista comunicar ao paciente algumas coisas: que aquele não tem mais tratamento e que o indicado é uma extração; que ele não pode fazer uma ponte fixa por falta de condições de higiene; que não se pode fazer prescrição de medicação por telefone sem um exame; que atender um paciente que chegou muito atrasado vai ser prejudicial á qualidade de tempo a ele dispensado, prejudicando não só o seu tratamento como o do próximo paciente; e outras coisas mais.

A omissão de informações por parte do paciente que poderiam ajudar no tratamento, muitas vezes são a causa de grandes prejuízos para o insucesso do tratamento odontológico. É importante que o dentista saiba se o paciente já teve algum problema com tratamentos odontológicos, tanto no que diz respeito a alergias, se passou mal alguma vez na cadeira do dentista e até sobre insucessos anteriores. Quem acha que vai ficar nervoso na hora da consulta, e vai se esquecer do que precisa dizer, deve levar algumas anotações e falar com o dentista, checando sua lista. Se mesmo assim se esquecer de algo que depois se lembre, deve falar na consulta seguinte.

De igual modo, a informações que o dentista precisa passar para o paciente devem ser em linguagem que ele possa compreender e de forma simples e clara. Quando ao assunto diz respeito ao que deve ser feito após uma cirurgia ou tratamento que necessite de medicação, as orientações devem vir por escrito, de preferência digitadas ou com letra legível e sem rasuras.

Nas receitas da medicação devem constar o nome da substância padronizada, a apresentação ou concentração do produto (por exemplo: 100mg – comprimidos), a forma de administração (oral, injetável, sublingual ou outra e de quanto em quanto tempo deve ser usado) e por que período, devendo ser assinada pelo dentista e conter seus dados e telefone. O paciente nunca deve sair com uma receita sem entender o que está escrito, para que serve o medicamento, o que é, como se usa e se precisa de algum cuidado especial. Caso permaneça alguma dúvida, ao chegar em casa a pessoa deve fazer contato e perguntar. A mente vai contribuir para a melhora se ela souber o efeito desejado e esperado do medicamento que está usando. O relacionamento de confiança mútua e sinceridade entre o profissional e o paciente são vitais para o sucesso do tratamento. Insegurança e ansiedade geram sempre uma sensação desagradável e o aumento da percepção da dor pelo paciente.

No outro extremo, quando há muita confiança, algumas vezes o tratamento que deveria ser odontológico se transforma em uma “terapia”, em que o paciente busca o apoio e a atenção que muitas vezes não encontra de forma adequada em outros lugares. É certo que o dentista tem em sua formação noções de psicologia e em quase todas as situações precisa se valer delas para saber como se portar e o que dizer para aliviar a tensão e ansiedade que a maioria dos pacientes sente em relação ao início de um tratamento. Mas o relacionamento inicialmente desejável deveria ser de dentista e paciente e não de psicólogo. Quando o tempo gasto em auxílio psicológico é maior que o de tratamento odontológico é hora de encaminhar o paciente a um profissional da área.

 

 

Fonte: Revista Vida e Saúde – edição de outubro/2009


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